Durante o evento mais importante sobre o lítio no mundo, em Salta, na Argentina, a FMP e uma comitiva com 11 prefeitos puderam analisar as tendências e os desafios do setor de lítio na região e no mundo, nos dias 9 e 10 de agosto.

Foram tratados temas relacionados à situação do mercado, o cenário político-econômico e sustentabilidade, novas tecnologias e eletromobilidade,além da questão social dos municípios, mão-de-obra e oportunidades.

Daniel Sucupira, presidente da FMP, avalia que a exploração do lítio traz um impacto imediato para o meio ambiente e a questão social dos municípios envolvidos. “É necessário um acompanhamento próximo por parte das autoridades da área para garantir medidas de compensação, visando a preservação e a sustentabilidade, além da implementação de projetos.”

Na área ambiental, Sucupira reforça a importância de serem feitos projetos e investimentos de recuperação na área degrada, na área de preservação dos mananciais de água e ações relacionadas ao desenvolvimento da agricultura na região.

Daniel ressalta ainda que o governo do Estado não ouviu os municípios em sua integralidade. “É preciso mais diálogo por parte do governo estadual. Para se ter uma ideia, os municípios estão totalmente sem comunicação prévia, pegos de surpresa por empresas fazendo sondagens”, reitera.

“O governo federal tem participado ativamente das ações, uma vez que a regulação da extração dos minerais é feita pelo Ministério de Minas e Energia, junto às instituições federais”, observa Daniel.

QUALIDADE DE VIDA E DESENVOLVIMENTO

Garantir a qualidade de vida das comunidades e ampliar as oportunidades de desenvolvimento são preocupações latentes dos municípios envolvidos na exploração do lítio.

Sucupira reforça a importância de projetos a médio e longo prazo, por parte do governo do Estado, que precisam ser estabelecidos. “Paralelo à exploração do lítio, as cidades necessitam de um projeto com diretrizes que impactam de imediato a vida das pessoas, mas que no futuro garanta uma transição preparando as comunidades. Ou seja, se as empresas vão chegar agora, então as comunidades precisam receber os investimentos; para que as pessoas possam trabalhar, uma vez que surgirão demandas em diversas áreas”, salienta.

FÓRUNS DE DEBATE

Um diálogo constante com as comunidades, ou seja, fóruns de discussões permanentes para que tenham participação ativa são fundamentais para o processo de desenvolvimento econômico.

Algumas mudanças impactantes são o fluxo de pessoas e maquinário que irão aumentar, mudanças na paisagem local, o risco de especulação imobiliária e uma série de questões que podem surgir.

“Essas mudanças exigem a implementação de políticas públicas como mecanismo para que as comunidades possam crescer junto com as empresas. Os municípios aguardam mais diálogo e orientações pertinentes aos projetos necessários”, finaliza Sucupira.